terça-feira, 29 de abril de 2014

O som das palavras

José Paulo Cavalcanti Filho*

Manda quem pode (Dad Squarisi), obedece quem tem juizo (este seu criado). Assim seja, então. E escrevo esse artigo a partir dos ensinamentos de Rouxinol, velho cantador de Gravatá (Pe): " Cada qual para o que nasce/ Cada qual com sua classe/ Seus estilos de agradar/ E quem tem o mel, dá o mel/ Quem  tem o fel, dá o fel/ Quem nada tem, nada dá ". Apesar de mel pouco, Dad mandou (ou pediu, no seu caso tanto faz) e seguem alguns conselhos   aos mais jovens, no exercício do duro (e doce) ofício de escrever: 
 
1. A pior palavra . Num texto, sem dúvida, será  eu . Além de meu ou minha. R uim porque afasta o leitor, dando ideia de prepotência. Ao escrever sobre mortos, por exemplo, vemos sempre três tipos diferentes de textos. Um é O morto, que seria o certo. Outro, O morto e eu, já meio ruim. Sem contar o pior, Eu e o morto. Como se o autor do texto fosse mais importante que o desafortunado defunto. Como toda regra tem exceção, fique de fora da reprimenda o único livro do grande Augusto dos Anjos, que tão cedo se foi, Eu. Escrito o título, na página em branco que cobria os originais, com o próprio sangue. Assim se explicando porque, nas livrarias, o título vai sempre em vermelho, sobre uma capa clara.
 
2. Adjetivos . São sempre ruins. Melhor escrever só usando substantivos. Quando se recorre aos adjetivos, é que a ideia não foi suficientemente boa para convencer sozinha. Meu velho pai dizia sempre esta frase:  "A mão aberta é um tapa, a mão fechada é um murro, e é a mesma mão" . Os dedos são os adjetivos. Se você puder escrever sem eles, o poder de convencer vai ser com certeza maior. Como um murro.
 
3. Cadência . Cada escritor tem cadência própria. Escolha a sua. Porque as frases fluem a partir do estilo de quem escreve. Inclusive nas vírgulas. Saramago, por exemplo, reproduzindo (ou tentanto reproduzir) a oralidade que ouvia nos interiores da Península Ibérica, escreve 21 antes de cada ponto, no Evangelho segundo Jesus Cristo; e 19, em Caim. Na média, 20. Já Fernando Pessoa usava só duas vírgulas. Como se as ideias escorressem por três ondas. Um, dois e... três. Um, dois e... três. No meu caso, quase nunca uso as vírgulas. Prefiro frases curtas. Secas. Diretas. O que me trouxe um problema ao escrever uma biografia de Pessoa -- no fundo, espécie de diálogo entre frases dele e as minhas. Porque Pessoa escrevia em três ondas e eu em uma. O texto ficava sem cadência. Ruim. O que me levou no livro a também escrever como ele, com duas vírgulas por frase. Acontece.
 
4. Sinais ortográficos . Nesse ponto, lembro o grande António Gedeão: " Inútil seguir sozinhos/ Querer ser depois ou antes/ Cada qual com seus caminhos/ Onde Sancho vê moinhos/ Dom Quixote vê gigantes./ Vê moinhos?, são moinhos./ Vê gigantes ?, são gigantes" . Cada qual com seus caminhos, pois. Há os que usam ditos sinais a partir da ortografia convencional. Enquanto outros, para indicar a cadência das frases. Como que ensinando o leitor a ler como o autor escreveu. O próprio Gedeão diz: " Vê gigantes?, são gigantes ". Com vírgula depois de um ponto de interrogação. Heresia!, dirão. Que nada, respondo. E não é só ele. Muita gente boa, também. Semana passada mesmo, Helio Schwartsman, colunista da Folha de São Paulo , escreveu: "Como?, pergunta-se o leitor são" . Com vírgula, novamente, depois de um ponto de interrogação. Errou? Penso que não. Porque, senão, teríamos só o leitor são que continuaria a perguntar "Como ?"
 
5. O som das palavras . Para acabar, recomendo ler sempre em voz alta o que se escreveu antes de publicar. Depois de pronto o texto, deixar algum tempo na gaveta e então ler tudo. Como se fosse algo escrito por outro. Penso que isso me veio dos tempos em que estudava para ser maestro (com oito anos de piano clássico). Aprendi a ler com o ouvido. Compreendi, nesse caminho, que as frases são como uma espécie de música. E letras, como notas musicais. Algumas -- como o P, o T, o R -- são duras. No reino das vogais, o I e o U também são. Enquanto o A e o O se revelam doces. Razão pela qual se deve ter cuidado, nas frases, para não usar muitas letras duras. O som sai feio. Talvez por causa disso Camões, ao completar seu   “Soneto 48”, tenha preferido escrever (certamente contrariado) “ maminha”. Por ver, nessa construção, um mal menor. Em vez de MinhA Alma gentil que te partiste, uma frase monótona e com dois aa colados, ficou " Alma minha gentil que te partiste" . Com a vantagem adicional, na cadência, de certo balanço no verso. Melhor maminha , então, que dois aa pegados. Esse o conselho.
 
Dando os trâmites por findos me despeço, caro leitor, lembrando bem conhecida frase de Guimarães Rosa em uma paráfrase: Escrever, amigos meus, é muito perigoso.
 

Autor de Fernando Pessoa,
uma quase autobiografia

segunda-feira, 28 de abril de 2014

Paraskevidekatriaphobia

Existe um grupo de pessoas que têm verdadeira aversão a esse dia, chegando a desenvolver um medo doentio, ou seja, uma fobia à sexta-feira 13.

Essa fobia tem nome: "paraskevidekatriaphobia".

Conseguiu pronunciá-lo?

O estranho nome é formado pelos elementos gregos “paraskevi”, o mesmo que “sexta-feira”, mais “dekatria”, que significa “treze”, e o sufixo “phobia”, “medo mórbido”.

Foi o dr. Donald E. Dossey, psicoterapeuta americano especializado em fobias, que criou a palavra e com um fim terapêutico: segundo o dr. Dossey, a pessoa que consegue pronunciar essa palavra fica curada da "paraskevidekatriaphobia".

quinta-feira, 24 de abril de 2014

Extraído de jornal

1 - “Ela contraiu a doença na época que ainda estava viva.”
 
( Jura?) – JORNAL DO BRASIL

2 - “Depois de algum tempo, a água corrente foi instalada no cemitério, para a satisfação dos habitantes.”

 
(Água no além para purificar as almas…)- JORNAL DO BRASIL

3 - “No corredor do hospital psiquiátrico os doentes corriam como loucos.”

 
(naturalmente….) – O DIA

quarta-feira, 23 de abril de 2014

A pronúncia de "gratuito"

Algumas pessoas pronunciam a palavra gratuito assim:

gratuÍto.

Contudo, a vogal tônica não é o "i", mas sim o "u" da penúltima sílaba.

Logo, a pronúncia é:

gratUito.
Isso significa que a vogal tônica é o "u" da penúltima sílaba.


Logo, a pronúncia correta é "gratUito", e não "gratuÍto".
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Isso significa que a vogal tônica é o "u" da penúltima sílaba.


Logo, a pronúncia correta é "gratUito", e não "gratuÍto".
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Isso significa que a vogal tônica é o "u" da penúltima sílaba.


Logo, a pronúncia correta é "gratUito", e não "gratuÍto".
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Isso significa que a vogal tônica é o "u" da penúltima sílaba.


Logo, a pronúncia correta é "gratUito", e não "gratuÍto".
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Isso significa que a vogal tônica é o "u" da penúltima sílaba.


Logo, a pronúncia correta é "gratUito", e não "gratuÍto".
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Isso significa que a vogal tônica é o "u" da penúltima sílaba.


Logo, a pronúncia correta é "gratUito", e não "gratuÍto".
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terça-feira, 22 de abril de 2014

Regência: verbo PAGAR

O verbo “pagar” rege a preposição “a” se o complemento é pessoa:  
 
“A empresa não tem prazo para pagar aos funcionários”.

Quando o complemento é coisa, ele é transitivo direto: 
 
"Finalmente meu vizinho pagou o empréstimo que fiz para ele".

sexta-feira, 11 de abril de 2014

Concordância com pronome ''que''

Entre os casos especiais de concordância verbal está o dos coletivos e partitivos seguidos de uma expressão no plural, verificado em construções do tipo “a maioria das pessoas veio/vieram” ou “o bando de crianças corria/corriam”.

Como se vê, as duas concordâncias são possíveis – com o núcleo (seguindo o princípio lógico-gramatical) ou com o especificador (concordância atrativa). A escolha de uma ou outra normalmente associa-se à ênfase pretendida por quem constrói a frase.

Na maior parte das vezes, a concordância com o núcleo da expressão é a que “soa melhor” – exatamente por obedecer ao princípio geral de concordância. 
 
Assim:

1. A maioria das pessoas chegou antes do entardecer.

2. O bando de mendigos descansava sob a árvore.

O uso de um partitivo (maioria, maior parte etc.) ou de um coletivo (bando etc.) indica a intenção de agrupar, de tratar o plural como singular. Ocorrem, entretanto, situações em que esse tipo de concordância parece não funcionar bem. 
 
Veja:

1. A maioria dos homens está atenta ao problema.

2. Um terço das mulheres presentes está grávido.

Melhores do que essas construções seriam as seguintes:

1. A maioria dos homens estão atentos ao problema.
 
2. Um terço das mulheres presentes estão grávidas.

É fácil perceber por que as últimas frases funcionam melhor. Nelas existe um verbo de ligação seguido de um nome que concorda em gênero e número com o termo a que se refere. 
 
É mais claro dizer “homens atentos” e “mulheres grávidas” do que “maioria atenta” e “terço grávido”.

Não se pode, todavia, confundir esse caso de concordância com o seguinte:

“A maior parte dos recursos que ingressou efetivamente no país veio por meio de fusões ou compras parciais de empresas.”

No período acima, a forma “veio” concorda corretamente com o núcleo do sujeito “a maior parte”, mas a forma “ingressou” desvia do padrão de concordância. Seu sujeito é o pronome relativo “que”, cujo antecedente é o termo “recursos”, com o qual o verbo deve concorda. 
 
 
Então: 
 
 “A maior parte dos recursos que ingressaram efetivamente no país veio por meio de fusões ou compras parciais de empresas.”
 
Por Thaís Niloleti 
 

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Caiu chuva ontem

A frase é “A chuva que caiu ontem à noite provocou…”

Não conheço chuva que não caia.
“Chuva que caiu” é redundante, é desnecessário. 

Bastaria dizer: 

“A chuva de ontem à noite provocou…”

terça-feira, 8 de abril de 2014

Regência do verbo obedecer

"Obedecer" é um verbo que sempre se constrói com objeto indireto:

Os filhos obedecem aos pais.

Obedeça aos mandamentos.

Obs.: Embora Transitivo Indireto, admite forma passiva:
Os pais são obedecidos pelos filhos.

O antônimo "Desobedecer" também segue a mesma regra.

quinta-feira, 3 de abril de 2014

Estada ou estadia?

"O preço pela viagem tem um custo-benefício bem alto: por US$ 14,79, sua estadia no paraíso está garantida."

Estadia é o tempo de permanência de embarcação no ancoradouro.

Então:

"O preço pela viagem tem um custo-benefício bem alto: por US$ 14,79, sua estada no paraíso está garantida."

Coco/cocô

"Criada em 1987 por Matthew Osborn, a Pet Butler é considerada uma pioneira no serviço de limpeza de cocô de cachorro nos Estados Unidos."

O coco (fruto do coqueiro) não leva acento:

coco, coco-da-praia, coco-da-índia ou ainda coco-da-baía é o fruto do coqueiro.

Contudo muitos gostam de enfeitá-lo com um chapeuzinho (côco).

Mas a M.E.R.D.A acontece mesmo quando põem o acento no final da singela palavra (cocô).

Conjugação dos verbos VIR e VER

Normalmente a confusão ocorre na conjugação dos seguintes tempos verbais:  
 
Futuro do Subjuntivo e Pretérito Imperfeito do Subjuntivo.

Futuro do Subjuntivo do verbo VIR:

Quando eu vier, quando tu vieres, quando ele vier, quando nós viermos, quando vós vierdes, quando eles vierem.

Futuro do Subjuntivo do verbo VER:

Quando eu vir, quando tu vires, quando ele vir, quando nós virmos, quando vós virdes, quando eles virem.

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo do verbo VIR:

Se eu viesse, se tu viesses, se ele viesse, se nós viéssemos, se vós viésseis, se eles viessem.

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo do verbo VER:

Se eu visse, se tu visses, se ele visse, se nós víssemos, se vós vísseis, se eles vissem.

E emprega-se o Pretérito do Subjuntivo para exprimir uma condição ou hipótese.

E o Futuro do Subjuntivo para exprimir um fato hipotético, e portanto, eventual, e que apresenta relação com outro fato.

quarta-feira, 2 de abril de 2014

Agradecer pela ou agradecer a?

"Agradecemos pela sua preferência."

Sinistro, não?


O certo é agradecer a alguém alguma coisa. 

Sem contar que o pronome possessivo sua está sobrando.

Então:

"Agradecemos a preferência."