quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Percebido ou desapercebido?


"Tem certas coisas que passam desapercebidas quando se olha de fora."

Desapercebido é desprevenido, desaparelhado, desprovido.
 Ex.:

"Estamos desapercebidos de mantimentos."


O certo seria DESPERCEBIDAS.


Ou seja, o que não foi percebido, notado

Então:

"Tem certas coisas que passam despercebidas quando se olha de fora."

terça-feira, 26 de agosto de 2014

Redundância: a chuva que caiu ontem

“A chuva que caiu ontem à noite provocou…”

Não conheço chuva que não caia. 


“Chuva que caiu” é redundante, é desnecessário.


Bastaria dizer: 

“A chuva de ontem à noite provocou…”

segunda-feira, 25 de agosto de 2014

Por que/por quê/porque/porquê

 Fonte: revista Superinteressante.

Na maioria dos idiomas, é mole diferenciar: em inglês, pergunta-se com why e responde-se com because, enquanto os franceses contrapõem um pourquois com parce que. Mas, como os portugueses teimaram em usar o mesmo termo para as duas funções, os gramáticos precisaram usar a imaginação.
No latim clássico, havia duas palavras: quare para perguntar e quia para responder. Mas em português prevaleceu a expressão do latim vulgar, pro quid, que passou a exercer dupla jornada em perguntas e respostas. "Para diferenciar, alguém teve a ideia de escrever um junto e o outro separado", explica Caetano Galindo, linguista da Universidade Federal do Paraná. Os registros mais antigos dessa distinção são do século 13, mas em 1500 Pero Vaz de Caminha ainda se atrapalhava na Carta do Descobrimento.

Para complicar, em 1931 surgiram no Brasil mais duas regras: o "que" ganhou circunflexo quando é tônico (antes de pontuação) e o "porque" substantivo virou "porquê". No dia-a-dia, porém, simplificamos tudo radicalmente: do bilhete à internet, só existe um "pq".

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Deslise ou deslize?

"O rapaz cometeu um deslise imperdoável com a futura sogra."

Quem comete um "deslise" não pode ser perdoado, pois esta palavra escrita com s é inadequada ao sentido da frase.

Observe:

deslise (verbo) – 1a e 3a pessoas do singular do presente do subjuntivo do verbo deslisar (tornar liso, plano).
 
deslize (substantivo) – desvio do bom caminho, falha, falta, quebra do bom procedimento.
 
Frase correta: 
"O rapaz cometeu um deslize imperdoável com a futura sogra."

Arnaldo Niskier - sobre regência

 

segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Florzinhas ou florezinhas?

Vou tratar do assunto segundo a norma-padrão.

A) paisinho

[Palavras terminadas em "s" ou "z", no singular, só admitem "inho".]

= país + inho

Alternativa correta.

B) paisezinhos

[As duas formas vão para o plural, mas a 1º perde o "s".]

= países (plural de "país") + zinhos = paíse + zinhos

Alternativa correta.

C) paizinho

= pai + zinho

Alternativa correta.

D) paizinhos

Seguindo a regra geral, da mesma forma que a alternativa B:

= pais (plural de "pai") + zinhos = pai + zinhos

Alternativa correta.

E) florzinhas

Seguindo a regra geral, da mesma forma que a alternativa B:

= flores + zinhas = flore + zinhas

Mas há gramáticos, como Luft, Bechara, Azeredo, etc., que admitem este plural em palavras terminadas em "r":

flor(es) + zinhas = flor + zinhas

Alternativa correta.

quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Os 7 pecados do concurseiro

Texto de Willian Douglas
 
Os pecados capitais levam ao inferno, os do concurso à reprovação, desânimo e desistência. Os pecados capitais são os seguintes: gula, soberba, inveja, preguiça, ira, luxúria, avareza. Vamos vê-los agora em sua manifestação “concursândica”.

A gula é a pressa de passar. Como sempre digo: concurso se faz não para passar, mas até passar. Assim, esqueça a pressa e comece a estudar com regularidade, planejamento e antecedência. Os concursos estão vindo aos montes, e continuarão assim. A aprovação é resultado de um processo longo, mas é algo que você – se trabalhar direito – pode contar.

A soberba é a arrogância, o achar que já se é o “Sabe-Tudo”, o “rei da cocada”. Muitos candidatos inteligentes e bem formados são vítimas da soberba, ao passo que os menos capazes, mas esforçados, chegam lá, assim como na história da corrida da lebre com a tartaruga. A humildade nas aulas, no estudo, nas provas, em todo o processo, enfim, é o caminho para a glória.

A preguiça. Nem é preciso escrever nada. A palavra é auto-explicativa. Mas deixe-me dizer uma coisa: eu sou meio preguiçoso. Só que sempre fazia o que devia ser feito, quando, me imaginava desempregado e sem grana, caso deixasse a preguiça me dominar.

A inveja acontece quando o concurseiro fica vigiando a vida, as notas e as coisas boas que os outros possuem ao invés de ir resolver a própria vida. É impressionante como as pessoas pecam ao se compararem com os outros e dedicarem-se à reclamação e à autocomiseração em vez de estudarem e treinarem.

A ira representa deixar-se estourar, ou desanimar, pela enorme quantidade de fatos que têm justificadamente esse condão: cansaço, carteiras duras (do curso e a sua), dificuldades com a família, com a matéria, os absurdos ou fraudes em concursos, taxas de inscrição abusivas etc. haja paciência! (ops! Estamos falando de pecados e não de virtudes…). Nessas horas, não adianta irar-se. O jeito é ir estudar, pois um dia a gente passa, apesar de tudo.
 
A ira representa deixar-se estourar, ou desanimar, pela enorme quantidade de fatos que têm justificadamente esse condão: cansaço, carteiras duras (do curso e a sua), dificuldades com a família, com a matéria, os absurdos ou fraudes em concursos, taxas de inscrição abusivas etc. haja paciência! (ops! Estamos falando de pecados e não de virtudes…). Nessas horas, não adianta irar-se. O jeito é ir estudar, pois um dia a gente passa, apesar de tudo.

A luxúria é talvez o maior pecado. Veja nela o lazer exagerado, as viagens, passeios baladas e tudo o mais que é delicioso, um luxo, e que nos tira tempo para estudar e treinar. Pois bem, equilibrar estudo e lazer, administrar bem o tempo e saber estabelecer as prioridades é essencial para chegar ao reino dos céus, digo, da nomeação.

A avareza tem duas manifestações. A primeira, do candidato, quando economiza nos investimentos necessários para ser aprovado. Vale a pena escolher os melhores livros, cursos e gastos, que incluem até mesmo os exames de saúde para estar bem e enfrentar a maratona dos concursos. A segunda avareza, a pior delas, ocorre quando o cidadão passa e deixa de utilizar o cargo e os poderes e competências dele para o bem da coletividade. Não sejamos avaros com o país, nem com o povo que o (e nos) sustenta. Ao passar, para não ser blasfemo, herege ou apóstata, é preciso devolver ao povo o quanto nós custamos. Isso pode ser feito com trabalho, eficiência, simpatia, honestidade e entusiasmo. Cumprir o dever, e se puder, um pouco mais.

quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Bater na porta ou bater à porta?

"Peguei a chave da suíte e, como era o hábito naquela época, nem bati na porta, apenas abri-a e entrei."

E um blogueiro sensacionalista:

“O à toa e bêbado Justin Bieber, à uma da manhã, está batendo nas portas da polêmica e é expulso do Copacabana Palace.”

Dúvida:

É bater na porta ou bater à porta?

Vamos lá?! 

Bater na porta significar, literalmente, "dar pancadas na porta". 

Bater à porta significa "bater junto à porta". Ou seja, próximo à porta.

“Bater à porta de alguém” também pode significar “procurar alguém para lhe pedir um favor.” 

segunda-feira, 11 de agosto de 2014

Complemento nominal x adjuto adnominal

Os exemplos abaixo ilustram o principal caso de dúvida entre o COMPLEMENTO NOMINAL e o ADJUNTO ADNOMINAL.
 
Dica:

o SUJEITO se converte em ADJUNTO ADNOMINAL (e vice-versa).
 
E o OBJETO DIRETO se converte em COMPLEMENTO NOMINAL (e vice-versa).

EX.:

1 - A construção do Engenheiro.

"do engenheiro" só pode ser ADJUNTO ADNOMINAL, pois ele me diz que o "engenheiro" construiu alguma coisa, e se ele construiu alguma coisa, passa a ser SUJEITO.


Outro exemplo:

2 - A construção do prédio.

"do prédio" é o COMPLEMENTO NOMINAL de "construção". "A construção do prédio" me diz que alguém construiu o prédio. Esse alguém é o SUJEITO:

EX.:

O engenheiro construiu o prédio.

Daí podemos deduzir que "o engenheiro" é o SUJEITO e "o prédio" é o OBJETO DIRETO do verbo construir, pois quem constrói, constrói alguma coisa.

Lembrando que o OBJETO DIRETO passa a ser o COMPLEMENTO NOMINAL (e vice-versa).

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Os 7 pecados do concurseiro

 
Texto de Willian Douglas
 
Os pecados capitais levam ao inferno, os do concurso à reprovação, desânimo e desistência. Os pecados capitais são os seguintes: gula, soberba, inveja, preguiça, ira, luxúria, avareza. Vamos vê-los agora em sua manifestação “concursândica”.

A gula é a pressa de passar. Como sempre digo: concurso se faz não para passar, mas até passar. Assim, esqueça a pressa e comece a estudar com regularidade, planejamento e antecedência. Os concursos estão vindo aos montes, e continuarão assim. A aprovação é resultado de um processo longo, mas é algo que você – se trabalhar direito – pode contar.

A soberba é a arrogância, o achar que já se é o “Sabe-Tudo”, o “rei da cocada”. Muitos candidatos inteligentes e bem formados são vítimas da soberba, ao passo que os menos capazes, mas esforçados, chegam lá, assim como na história da corrida da lebre com a tartaruga. A humildade nas aulas, no estudo, nas provas, em todo o processo, enfim, é o caminho para a glória.

A preguiça. Nem é preciso escrever nada. A palavra é auto-explicativa. Mas deixe-me dizer uma coisa: eu sou meio preguiçoso. Só que sempre fazia o que devia ser feito, quando, me imaginava desempregado e sem grana, caso deixasse a preguiça me dominar.

A inveja acontece quando o concurseiro fica vigiando a vida, as notas e as coisas boas que os outros possuem ao invés de ir resolver a própria vida. É impressionante como as pessoas pecam ao se compararem com os outros e dedicarem-se à reclamação e à autocomiseração em vez de estudarem e treinarem.

A ira representa deixar-se estourar, ou desanimar, pela enorme quantidade de fatos que têm justificadamente esse condão: cansaço, carteiras duras (do curso e a sua), dificuldades com a família, com a matéria, os absurdos ou fraudes em concursos, taxas de inscrição abusivas etc. haja paciência! (ops! Estamos falando de pecados e não de virtudes…). Nessas horas, não adianta irar-se. O jeito é ir estudar, pois um dia a gente passa, apesar de tudo.
 
A ira representa deixar-se estourar, ou desanimar, pela enorme quantidade de fatos que têm justificadamente esse condão: cansaço, carteiras duras (do curso e a sua), dificuldades com a família, com a matéria, os absurdos ou fraudes em concursos, taxas de inscrição abusivas etc. haja paciência! (ops! Estamos falando de pecados e não de virtudes…). Nessas horas, não adianta irar-se. O jeito é ir estudar, pois um dia a gente passa, apesar de tudo.

A luxúria é talvez o maior pecado. Veja nela o lazer exagerado, as viagens, passeios baladas e tudo o mais que é delicioso, um luxo, e que nos tira tempo para estudar e treinar. Pois bem, equilibrar estudo e lazer, administrar bem o tempo e saber estabelecer as prioridades é essencial para chegar ao reino dos céus, digo, da nomeação.

A avareza tem duas manifestações. A primeira, do candidato, quando economiza nos investimentos necessários para ser aprovado. Vale a pena escolher os melhores livros, cursos e gastos, que incluem até mesmo os exames de saúde para estar bem e enfrentar a maratona dos concursos. A segunda avareza, a pior delas, ocorre quando o cidadão passa e deixa de utilizar o cargo e os poderes e competências dele para o bem da coletividade. Não sejamos avaros com o país, nem com o povo que o (e nos) sustenta. Ao passar, para não ser blasfemo, herege ou apóstata, é preciso devolver ao povo o quanto nós custamos. Isso pode ser feito com trabalho, eficiência, simpatia, honestidade e entusiasmo. Cumprir o dever, e se puder, um pouco mais.

quinta-feira, 7 de agosto de 2014

Retonar ligação


RETORNAR (ligação). Essa regência não existe. Por isso, escreva que alguém respondeu ou não à ligação e não que "retornou a ligação".

quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Cometer suicídio

Não podemos esquecer que o verbo pronominal suicidar-se é PRONOMINAL, só funciona amparado pelo pronome se e dispensa a ajuda de cometer.

Cometer suicídio é tradução literal mal feita do inglês to commit suicide.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Quando MAS não pede vírgula

Quando a conjunção MAS liga dois termos sintaticamente iguais, isto é, que tem a mesma função na frase, não é preciso usar a vírgula. Neste caso, a conjunção não está iniciando uma nova oração:


"Sou Pobre MAS feliz." ("mas feliz" não forma oração)


"Esperava que confessasse não um pecado MAS uma infâmia." ("mas uma infâmia" não forma oração)

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Conversa pra boi dormir

Até no açougue é preciso falar bem. Quando queremos comprar a parte traseira acima das coxas do animal, devemos pedir alguns gramas ou mesmo um quilo de coxão. Trata-se do aumentativo de coxa. Há quem fale colchão, mas isso já é conversa pra boi dormir.