segunda-feira, 26 de maio de 2014

PERGUNTADO ou QUESTIONADO?

1o) QUESTIONAR não é PERGUNTAR.

Se você quer saber alguma coisa, PERGUNTE. 

Quando nós QUESTIONAMOS alguma coisa, estamos “pondo em dúvida”. 

Nós podemos, por exemplo, “QUESTIONAR o valor de um projeto, uma prestação de contas, a contratação de um jogador de futebol…”

É interessante observar que a diferença só existe entre os verbos. 

Um conjunto de PERGUNTAS forma um QUESTIONÁRIO. É que ainda não inventamos o “perguntário”.

2o) Só a coisa pode ser PERGUNTADA.

Quem PERGUNTA PERGUNTA alguma coisa (=objeto direto) a alguém (=objeto indireto). Isso significa que, na voz passiva, só a coisa poderia ser perguntada.

Com muita frequência, encontramos nos nossos bons jornais frases do tipo: 

“PERGUNTADO a respeito do projeto, o deputado…” 

ou 

“O delegado foi PERGUNTADO a respeito do crime”. 

Aqui temos duas frases em que o uso do verbo PERGUNTAR, Segundo a tradição, é inapropriado: 

nem o deputado nem o delegado poderiam ser “perguntados”. 

A realidade linguística  porém, nos prova o contrário. São formas consagradas, e eu as consider aceitáveis na lingual padrão.

Em resumo:

1o) “A validade do contrato foi QUESTIONADA” (=posta em dúvida);

2o) “Foi PERGUNTADO ao deputado se ele seria o candidato a prefeito” (=a coisa foi PERGUNTADA ao deputado).

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