quarta-feira, 28 de maio de 2014

Sem-terra e outros casos

As palavras compostas formadas por "sem-" aplicadas a pessoas são em geral invariáveis: 

o sem-terra, 

os sem-terra, 

o sem-pão, 

os sem-pão, 

o sem-trabalho, 

os sem-trabalho, 

o sem-vergonha, 

os sem-vergonha, 

o sem-teto, 

os sem-teto.

Quando é necessário deixar claro que essas palavras estão sendo usadas no plural, isso é feito por um artigo, adjetivo, pronome ou verbo: 

"Os sem-terra estão acampados no Centro da cidade", 

"Choque expulsa vários sem-teto", 

"Sem-trabalho diminuem no Brasil".

Qual a lógica dessa ausência de flexão? 

Em todos esses casos, há um substantivo implícito. 

Por isso, não ocorre a flexão numérica: 

"Os (agricultores) sem-terra estão acampados no Centro da cidade", 

"Choque expulsa vários (moradores) sem-teto", 

"(Pessoas) Sem-trabalho diminuem no Brasil".

Convém observar que algumas palavras com "sem-" que são aplicadas a coisas e ações variam em número. 

Algumas dessas: 

o sem-fim, 

os sem-fins, 

o sem-segundo, 

os sem-segundos, 

o sem-termo, 

os sem-termos, 

a sem-vergonhez, 

as sem-vergonhezes, 

a sem-vergonhice, 

as sem-vergonhices.

Neste caso, a flexão ocorre porque não existe um substantivo implícito: 

“Infelizmente, as ( ) sem-vergonhices dos políticos brasileiros são incontáveis”.

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