sexta-feira, 29 de novembro de 2013

Blues do pai morte - Allen Ginsberg

Ei, Pai Morte, estou voando pra casa
Ei, velho, você está sozinho
Ei, velho paizinho, eu sei pra onde vou
Pai Morte, não chore mais
Mamãe está lá, embaixo do chão
Irmão Morte, por favor, tome conta da casa 
Velha Titia Morte, não esconda seus ossos 
Velho Tio Morte, eu escuto seus ais
Oh, Irmã Morte, são doces os seus lamentos 
Oh, Crianças Morte, respirem seu ar
O peito ofegante vai aliviar a morte de vocês 
A dor passou, as lágrimas levam o resto
Gênio Morte, sua arte está completa
Amante Morte, seu corpo se foi 
Pai Morte, estou indo pra casa 
Gênio Morte, suas palavras são verdadeiras 
Professor Morte eu lhe agradeço 
Por me inspirar a cantar este blues
Buda Morte, eu acordo com você 
Darma Morte, sua mente é verdadeira 
Sanga Morte, vamos superar isso tudo
Sofrer é [próprio do] que nasce 
Ignorância me fez esquecer 
As verdades amargas não posso desdenhar 
Pai Sopro, mais uma vez, adeus 
Sua herança não foi ruim 
Meu coração está parado, como o tempo dirá.

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